Já há algum tempo que não tirávamos um tempinho a dois. Depois de quase duas semanas com os miúdos em casa, a passarem as viroses entre eles, de as passarem para os pais, com obras e uma casa completamente de pantanas, precisava de uma boa refeição e de respirar o ar puro (e gélido) de Lisboa, de mão dada com a minha cara-metade.
Não tinha nenhum restaurante em mente, por isso, fiz uma pesquisa rápida, entre o Zomato e o The Fork, procurando por um restaurante com um ambiente intimista e convidativo ao romance.
Eis que o encontrei e na semana passada lá fomos nós…rumo ao Mattë.
Confesso que fui para o Mattë sem qualquer expectativa. Escolhi-o porque me apaixonei pela decoração intimista que vi nas fotografias. Um facto curioso, é que o Mattë foi concebido inicialmente como um restaurante com duplo conceito, de carnes maturadas e de cozinha japonesa. E daí o trema por cima do “E”, cada pontinho identifica uma cozinha.
Neste momento é um restaurante exclusivamente de cozinha japonesa.
Situado na zona de Santos, por trás do IADE, o Mattë é aquele tipo de restaurante que passa bastante despercebido por fora, mas que é toda uma experiência sensorial assim que se abre a porta do número 22 da Calçada Marquês Abrantes.
Assim que empurramos a porta, os nossos olhos batem naquilo que é a maior atracção deste restaurante: a enorme gaiola dourada mesmo no centro (e canto) do espaço. Esta tem uma mesa até 10 pessoas e quase que me arrisco a apostar que é o local que toda a gente quer reservar.
Fomos recebidos pelo enorme sorriso e gentileza de um dos funcionários, algo que foi transversal a todos os que nos receberam e que foram trocando palavras connosco durante toda a nossa refeição.
Como dizia há pouco, ir ao Mattë é uma experiência sensorial, pelo que se deve ir com tempo. Tempo para apreciar o espaço, tempo para identificar os pequenos detalhes, tempo para trocar conversa com os funcionários (que têm um conhecimento vasto sobre a cozinha japonesa), tempo para conversar com o sommelier, tempo para saborear tudo o que nos é apresentado pelo chef Habner Gomes, tempo para ouvir a música ambiente, tempo para parar e sentir.
A acompanhar-nos durante toda a refeição tivemos o Barry White, inconfundível voz do soul que convida ainda mais ao ambiente intimista e romântico que andava à procura. Well done, Mattë!
Acabámos por escolher o menu de almoço e experimentar uma a duas entradas e sobremesas diferentes.
Antes de entrar em pormenores sobre o nosso almoço, posso adiantar que estava tudo, mas mesmo tudo, magistralmente bem executado, saboroso e fresco, de tal maneira que esta refeição colocou o Mattë no top dos meus restaurantes favoritos de comida japonesa, se não o preferido.
Começámos os 2 pelo Missoshiro (vulgo sopa miso, mas neste caso enriquecida com nada mais nada menos do que caranguejo real!) e depois passámos ao Sunomono (ambos parte do menu de almoço).
O Sunomono traduz-se em “coisas com vinagre” e é uma salada japonesa, considerado o complemento do prato principal, que tem como base o pepino.
A seguir pedimos uma Hotate Hikura, vieira fresca marinada com ovas de salmão. Uma entrada que, para além de ser o delírio para qualquer amante de fotografia de comida, estava muito saborosa.
Para prato principal escolhemos o Sushi Moriwase (13 peças) e o Sushi to Sashimi (19 peças). Ambos acompanhados por Tamagoyaki (omelete japonesa).
É de salientar o O-Toro (claro!) o lírio e o pregado que estavam DIVINAIS.
Do menu de almoço ainda faz parte o gelado de baunilha com nozes caramelizadas, que apesar de ser um “simples” gelado, é uma perfeita opção para terminar a refeição.
Ao querer experimentar outra sobremesa da carta, fomos aconselhados a experimentar o Coulant de doce de leite e, meus senhores, eu nem tenho palavras para descrever tamanho pecado…vocês precisam disto na vossa vida, só que ainda não sabem!
Despedi-me do Mattë com um sorriso no rosto e com a promessa de um regresso (rápido) para experimentar outros pratos da carta.
Com amor,
Claudia
1 Comment
Já tinha visto pela internet este restaurante mas meu Deus! Fiquei deslumbrada por causa deste post! Já quero conhecer e logo eu que adoro Sushi! 🙂